Reflexões sobre a tradição de suspender as atividades nos terreiros durante o período quaresmal.
A Quaresma, período de reflexão e penitência para os católicos, também impacta a Umbanda, dividindo opiniões sobre a manutenção das atividades nos terreiros.
Influência cultural e receios infundados:
A influência do Catolicismo na Umbanda é inegável, e a tradição quaresmal se faz presente em alguns terreiros. Seja por receio de entidades negativas ou por seguir a liturgia católica, a suspensão das atividades é uma prática comum, mas questionável.
Fantasia e responsabilidade:
Argumentos como “kiumbas soltos” ou “guias recolhidos” não se sustentam na Umbanda. A religião prega a caridade e o combate às trevas, e recolher-se nesse momento seria negar sua própria essência. A responsabilidade pela proteção espiritual é individual e não se limita a um período específico.
Momento de intensificar a fé:
A Quaresma, com sua atmosfera densa, exige ainda mais atenção e cuidado espiritual. Os terreiros, como centros de luz e proteção, devem se fortalecer, intensificando as atividades e oferecendo amparo à comunidade.
Umbanda: fé sem medo:
O medo de espíritos vagantes ou magias negativas é fruto da ignorância e fragiliza a fé. O Umbandista, amparado pelos Orixás e guias, deve se fortalecer na fé e no conhecimento, sem se entregar a crenças infundadas.
Estudo e reflexão:
O estudo é fundamental para o crescimento espiritual. O Umbandista deve buscar conhecimento em fontes confiáveis, abandonando achismos e superstições. A tradição oral, embora importante, deve ser analisada criticamente, discernir o mito da verdade.
Liberdade de crença e combate à negatividade:
A tradição de fechar os terreiros por medo da perseguição não se aplica à realidade atual. É na Quaresma, período de maior atividade das “forças negativas”, que os terreiros devem se manter firmes, combatendo a negatividade e oferecendo luz e proteção.
Conclusão:
A Umbanda não se define por dogmas ou superstições, mas pela caridade, amor e combate às trevas. A Quaresma é um momento de reflexão, mas não de paralisação. Os terreiros devem se fortalecer, intensificando as atividades e oferecendo amparo à comunidade.